“É um erro ter razão cedo demais”.
Públio Élio Adriano Imperador Romano
Com a sapiência das palavras de Adriano, que logicamente não é aquele que jogou muito, mas por pouco tempo, reinício a ambientação de alma, corpo e mente para um dos grandes momentos da história do esporte paranaense. Temos um mês cheio pela frente, até chegarmos as dezessete horas do dia vinte e nove de outubro. Quando os deuses do futebol, certamente assistirão os humanos e bem-preparados atletas rubro negros, athleticanos e flamenguistas, disputarem palmo a palmo, minuto a minuto, com técnica, raça e vigor físico a honra da conquista das Américas, na distante e para absoluta maioria inalcançável, Guayaquil no Equador. Será mais uma final cem por cento tupiniquim, a quinta final brasileira na história da Libertadores. Clubes fortes, técnicos capazes, elencos pesados e a certeza de que ninguém que entenda um pouco que seja do esporte, independente do que falem ou escrevam para agradar este ou aquele lado, crave um vencedor. Serão noventa minutos absolutamente novos e incomparáveis com tudo que já aconteceu nos encontros anteriores entre Athletico e Flamengo. Com Bento e Santos em campo, mexer no placar não será tão simples, com Fernandinho e Arrascaeta teremos o trato correto e caprichado na redonda e a esperança de um jogo digno de uma final continental que nos faça esquecer ou pelo menos superar a frustração das últimas quatro finais. Em especial o clássico argentino de 2018, marcado pelo vandalismo e transferido forçosamente, para Madri. Também o clássico paulista de 2020, Palmeiras e Santos, uma das finais mais insossas da longa história da competição, decidida ao acaso por um herói improvável. As decisões de 2019 e 2021 também não subiram ao altar dos grandes espetáculos do futebol das Américas. Mas desta vez tecnicamente, João Gomes, Vidal, Giorgian e Éverton Ribeiro podem assombrar, mas sabem que Khellven, Terans, Vitinho e Vitor Roque também tem a doce mania de sacar coelhos da cartola. Além dos acima citados, nos dois times temos ótimos jogadores que podem surpreender e que desenvolvem normalmente boas performances. Torço por um grande jogo, sem esconder ou tentar disfarçar a alegria que terei ao ver a Copa Libertadores chegar, nos braços do ídolo rubro negro Thiago Heleno, no Aeroporto Afonso Pena e de lá percorrer ruas e avenidas da capital dos paranaenses, até a portentosa Arena. Serei parcial na análise, jamais o seria na torcida de um novo dilúvio, regado pelas infinitas e abundantes lágrimas cariocas ao final do jogo.
Júlio Castro
Dedico esta Coluna ao meu amigo, sócio e irmão Sandro, aniversariante do mês, carioca de São Bento do Sul e flamenguista dos mais chatos. Ele sabe que o elevado nível de ironia das minhas palavras vem acompanhado pelo mesmo grau de respeito e consideração ao seu time e torcedores. Que o futebol seja união, diversão, distração e espetáculo sempre.
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