O ato do 1º de Maio, promovido pelas centrais sindicais em São Paulo, está gerando críticas devido a um pedido direto de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL), um gesto proibido pela legislação eleitoral durante o período de pré-campanha.
No palco, Lula referiu-se a Boulos como candidato, apesar de o período oficial de convenções e registros de candidatura só começar em julho. “Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, enfatizou.
O pedido explícito de votos a um pré-candidato é vedado pela Lei das Eleições (Lei 9.504/97), que garante que não constitui propaganda eleitoral antecipada a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, desde que não envolvam pedido explícito de voto. Normalmente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pune o descumprimento dessa regra.
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Adversários políticos anunciaram que pretendem acionar a Justiça contra o presidente e o pré-candidato de extrema esquerda. O MDB, partido de Ricardo Nunes, declarou que vai buscar na Justiça Eleitoral a aplicação de multas ao presidente Lula e ao pré-candidato Boulos por propaganda eleitoral antecipada. Os também pré-candidatos Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil) anunciaram a intenção de tomar medidas semelhantes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua insatisfação nesta quarta-feira (1º) com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, devido ao ato unificado com centrais sindicais em celebração ao 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho.O evento acabou por ficar esvaziado, com um grupo reduzido reunido na área frontal da concentração. Durante seu pronunciamento no palanque, o líder petista alegou que o ato foi “mal convocado”.
“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Márcio Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: ‘Ô Márcio, o ato está mal convocado’. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar, mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com 1.000, com milhão, mas também se for necessário eu falo apenas com a senhora que está ali na minha frente”, justificou o chefe do Executivo.
Diferentemente dos eventos com Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista (São Paulo), e na orla de Copacabana (Rio de Janeiro), o ato liderado por Lula não conseguiu atrair sequer um número significativo de participantes.
Comparem as fotos publicadas com a visão aérea do evento do Dia do Trabalhador realizado por Lula e sua claque em São Paulo. Tem mais gente que bandeira. Acabou sua popularidade, Lula. #flopou pic.twitter.com/vZWxsoNviP
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) May 1, 2024
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