Uma das maiores ofensivas já registradas contra o crime organizado no Brasil foi deflagrada nesta quinta-feira (28), com o objetivo de desarticular um sofisticado esquema de fraudes fiscais e lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. A ação, batizada de Operação Carbono Oculto, mobilizou cerca de 1.400 agentes em oito estados e mira 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas.
🔍 O esquema
Segundo as investigações conduzidas por uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e as Polícias Federal, Civil e Militar, o PCC teria sonegado cerca de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais. O grupo operava uma rede integrada que envolvia:
- Importação irregular de metanol, altamente inflamável e tóxico, usado para adulterar combustíveis
- Fraudes em bombas de postos, com manipulação de volume e qualidade do combustível vendido
- Lavagem de dinheiro via fintechs e fundos de investimento, dificultando o rastreamento dos valores ilícitos
- Controle de usinas e portos estratégicos, como o Porto de Paranaguá, por onde o metanol era desviado
🌍 Impacto nacional
A operação se estendeu por São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, revelando a abrangência nacional do esquema. Mais de 300 postos de combustíveis foram investigados, muitos deles operando com produtos fora das especificações da ANP.
Além dos danos econômicos, as autoridades alertam para os riscos ambientais e à saúde pública, já que o transporte clandestino de metanol coloca em perigo motoristas, pedestres e o meio ambiente.
⚖️ Crimes investigados
Os alvos são suspeitos de envolvimento em uma série de crimes, incluindo:
- Fraude fiscal
- Lavagem de dinheiro
- Estelionato
- Adulteração de combustíveis
- Crimes ambientais
- Crimes contra a ordem econômica
🚨 O recado das autoridades
A Receita Federal classificou a operação como a maior já realizada em termos de cooperação institucional e abrangência. O Ministério Público paulista destacou que o PCC se infiltrou profundamente na economia formal, inviabilizando a concorrência legal e ampliando seu poder econômico.
“A organização criminosa está associada a uma rede convergente de atividades ilícitas, inserida na economia formal, como o setor de combustíveis e o sistema financeiro”, afirmou o MP-SP.
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