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Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
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LUTO NO ESPORTE: Morre Wlamir Marques, 87, gigante da história do basquetebol brasileiro

O polivalente ala de 1,85 m foi bicampeão do mundo com a seleção brasileira e vice em duas oportunidades

Clécio Silva
Por Clécio Silva
LUTO NO ESPORTE: Morre Wlamir Marques, 87, gigante da história do basquetebol brasileiro
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Wlamir Marques morreu nesta terça-feira (18), após um período internado na UTI de um hospital particular de São Paulo. A informação foi divulgada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB). "Wlamir deixa um legado eterno, sendo lembrado como um dos maiores atletas a representar o Brasil no esporte mundial", escreveu a entidade.

Partiu como um dos maiores nomes da história do basquete, ou do basquetebol, como preferia, no Brasil. Provavelmente, como apontam muitos estudiosos da modalidade, o maior. O polivalente ala de 1,85 m foi bicampeão do mundo com a seleção brasileira e vice em duas oportunidades. Expoente de uma geração histórica, atuou entre os anos 50 e 60 com nomes como Amaury, Ubiratan e Rosa Branca e conquistou duas medalhas olímpicas. Uma trajetória mais do que suficiente para incluí-lo muito tardiamente, é verdade, apenas em 2023 no Hall da Fama da Federação Internacional de Basquetebol (Fiba).

O talento o levou ao XV de Piracicaba e, de lá, ainda adolescente, à seleção. Já era um nome bem estabelecido no time nacional quando, às vésperas do Mundial de 1959, abandonou a concentração para acompanhar o nascimento de um de seus filhos, também Wlamir. Cortado pelo disciplinador Togo Renan Soares, técnico mais conhecido como Kanela, acabou sendo reconvocado.

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"Voltei como se não tivesse acontecido nada. Foi um ato de rebeldia. Concordo que merecia ter sido cortado, mas foi tudo de cabeça pensada. Não me arrependo. Depois que ganhamos o Mundial e estávamos voltando ao Brasil, o Kanela se sentou ao meu lado no avião e disse: Alemãozinho, quase que nós jogamos tudo isso fora", recordou, em entrevista à Folha em 2019.

A saborosa conquista no Chile provavelmente não teria sido possível sem a desclassificação da invicta União Soviética, no contexto da Guerra Fria, os soviéticos se recusaram a enfrentar Formosa (hoje Taiwan), que jogava como nação independente da China. Mas, em 1963, no Rio de Janeiro, no maior momento do basquete brasileiro, não houve asteriscos.

O Brasil ganhou todos os jogos que disputou no Maracanãzinho, sacramentando o triunfo com uma vitória por 85 a 81 sobre os Estados Unidos, de Willis Reed, com cesta decisiva de Wlamir. De acordo com Nelson Rodrigues, cujos olhos míopes se encheram com a festa que tomou conta do Rio, observou-se uma embriaguez coletiva antes só provocada pelo futebol. "A cada passo, via-se um brasileiro com a cara civicamente entornada na sarjeta. O basquete nos deu os seus primeiros bêbados", escreveu o cronista, em O Globo.

"Aquilo foi um negócio que foi crescendo. No primeiro jogo, não tinha tanta gente. Mas a gente foi ganhando, fomos campeões invictos. No jogo final, tinha gente pendurada em todos os cantos do Maracanãzinho, e nem é o Maracanãzinho de hoje, cabia muito mais gente. Teve invasão no fim. É uma lembrança muito boa", disse o Diabo Loiro, como era chamado o craque, em entrevista à Folha em 2023.

Ele sempre fez questão de valorizar também os dois vice-campeonatos mundiais da seleção, obtidos em 1954 e 1970. Suas medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma, e de 1964, em Tóquio, onde foi porta-bandeira, ajudam a construir um currículo sem verdadeiro paralelo no basquete mundial, não só o brasileiro. 

FONTE/CRÉDITOS: Redação Paraná Urgente - O Otimista - FOLHAPRESS
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Clécio Silva

Clécio Silva, Brasileiro, casado, cristão. Residente em Maringá há 34 anos. Apresentador, comunicador, empresário e jornalista com registro profissional nº 0011449/PR. Está na área de comunicação há 29 anos.

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