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Sexta-feira, 31 de Outubro de 2025

Cidades

Megaoperação no Alemão e na Penha deixa 64 mortos e 81 presos — Rio vive dia de caos com bloqueios e ataques após confronto com o Comando Vermelho

Quatro policiais estão entre as vítimas; Linha Amarela e Grajaú-Jacarepaguá foram interditadas em retaliação de criminosos

Clécio Silva
Por Clécio Silva
Megaoperação no Alemão e na Penha deixa 64 mortos e 81 presos — Rio vive dia de caos com bloqueios e ataques após confronto com o Comando Vermelho
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O Rio de Janeiro viveu nesta terça-feira (28) um dos dias mais sangrentos e caóticos de sua história recente. Uma megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital, deixou 64 mortos — incluindo 4 policiais — e 81 pessoas presas, segundo dados confirmados oficialmente pelo Palácio Guanabara.

A ação, deflagrada nas primeiras horas da manhã, tinha como objetivo desarticular chefes e células do Comando Vermelho (CV), facção criminosa que controla parte das comunidades. O confronto se estendeu por várias horas, com intensos tiroteios, helicópteros sobrevoando a região e blindados circulando pelas ruas estreitas das favelas.

De acordo com fontes da Polícia Civil e Militar, trata-se da operação mais letal da história do estado, superando até mesmo as ações ocorridas em Jacarezinho, em 2021, que resultaram em 28 mortes.

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Policiais mortos em confronto

Entre as vítimas estão quatro policiais que participaram diretamente dos combates:

  • Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);

  • Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, integrante da 39ª DP (Pavuna);

  • Cleiton Searafim Gonçalves, do Bope (Batalhão de Operações Especiais);

  • Herbert, também do Bope.

O governo estadual decretou luto oficial de três dias e prometeu apoio integral às famílias dos agentes.


Caos e represálias em toda a cidade

Com o avanço da operação, bandidos reagiram com violência. Por volta do meio-dia, criminosos promoveram bloqueios e ataques em importantes vias expressas, como a Linha Amarela e a Grajaú-Jacarepaguá, provocando pânico entre motoristas e passageiros.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ônibus sendo incendiados e barricadas erguidas em vários pontos do Grande Rio, em retaliação à ação das forças de segurança. O Centro de Operações da Prefeitura (COR) emitiu alertas de segurança e orientou a população a evitar deslocamentos pela Zona Norte.


Reação do governo e das forças de segurança

O governador do Rio de Janeiro, em pronunciamento emergencial, classificou a ação como “necessária e histórica” no combate ao crime organizado. Ele afirmou que o objetivo foi desarticular o coração financeiro e logístico do Comando Vermelho, mas reconheceu a gravidade das perdas humanas.

“É uma operação sem precedentes, planejada com base em inteligência. A morte de nossos policiais é uma tragédia que não será esquecida”, declarou o governador.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública acompanha o caso e avalia o envio de reforços da Força Nacional para conter novos focos de conflito.


Histórico de violência

O Complexo do Alemão e o da Penha são há décadas redutos estratégicos de grandes facções criminosas. Apesar de inúmeras operações, a presença do tráfico continua forte. Especialistas em segurança pública afirmam que, sem políticas de inteligência, prevenção e inclusão social, as ações acabam se tornando ciclos de violência com alto custo humano.


Clima de medo e incerteza

Moradores relatam que escolas foram fechadas, comércios encerraram as atividades e linhas de ônibus suspenderam viagens. O clima nas comunidades é de medo e insegurança.

“Foi uma guerra. A gente se jogou no chão e esperou o tiroteio parar. Nunca vi nada igual”, contou uma moradora da Penha à reportagem.

FONTE/CRÉDITOS: Clécio Silva
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Clécio Silva

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Clécio Silva

Clécio Silva, Brasileiro, casado, cristão. Residente em Maringá há 34 anos. Apresentador, comunicador, empresário e jornalista com registro profissional nº 0011449/PR. Está na área de comunicação há 36 anos, sendo 29 como profissional.

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