A Polícia Civil indiciou o padre Genivaldo de Oliveira, de Cascavel (PR), por estupro de vulnerável, tráfico de drogas e outros crimes contra dez vítimas. Investigações apontam abusos entre 2009 e 2025. Caso também é apurado pela Arquidiocese e pelo Vaticano.
Um escândalo de grandes proporções abalou a cidade de Cascavel, no oeste do Paraná. O padre Genivaldo de Oliveira foi indiciado pela Polícia Civil por uma série de crimes sexuais e outros delitos contra dez vítimas identificadas, incluindo uma criança de apenas 12 anos na época dos fatos. O caso, que envolve acusações graves como estupro de vulnerável, tráfico de drogas e violação de dever religioso, ganhou repercussão regional e nacional, levantando debates sobre abuso de poder, fé e justiça.
Quem é o padre investigado
Genivaldo de Oliveira exercia funções religiosas há anos em Cascavel, onde era figura conhecida pela comunidade católica. A investigação revelou, no entanto, um lado obscuro de sua atuação.
Como começou a investigação
As denúncias chegaram ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), que iniciou as apurações e confirmou a existência de décadas de abusos, muitos deles acobertados pelo peso da posição religiosa do acusado.
Crimes Identificados
Estupro de vulnerável
Um dos crimes mais graves apontados no inquérito foi o de estupro de vulnerável, envolvendo uma criança de apenas 12 anos.
Tráfico de drogas
O padre também teria oferecido substâncias ilícitas para facilitar os abusos, caracterizando tráfico de drogas.
Curandeirismo e atuação como terapeuta
Ele se passava por terapeuta sem formação, utilizando essa falsa autoridade para ganhar a confiança de fiéis e vítimas.
Assédio e importunação sexual
Vários relatos confirmaram episódios de assédio e importunação, reforçando o padrão de comportamento abusivo.
Violação sexual mediante fraude
Houve ainda casos em que as vítimas foram enganadas ou manipuladas, acreditando em tratamentos espirituais que resultavam em abusos.
Perfil das Vítimas
Criança de 12 anos envolvida
A vítima mais jovem tinha apenas 12 anos na época dos fatos, configurando um dos episódios mais revoltantes da investigação.
Jovens e adultos afetados
Além da criança, outras nove vítimas, entre jovens e adultos, também relataram situações semelhantes, demonstrando que o padre atuava em diferentes frentes de manipulação.
Linha do Tempo dos Crimes
De 2009 a 2025: quase duas décadas de abusos
Os crimes começaram ainda em 2009 e se estenderam por quase 16 anos, revelando uma longa trajetória criminosa.
O caso mais recente, há dois meses
Mesmo já sob suspeita, o religioso continuava atuando até ser preso em agosto de 2025.
Métodos Utilizados pelo Padre
Uso da função religiosa
O acusado se aproveitava do papel de líder espiritual para conquistar confiança e aproximar-se das vítimas.
Oferta de drogas como aliciamento
As drogas eram utilizadas como instrumento de controle e manipulação.
Abordagem psicológica sem formação
Ele se apresentava como uma espécie de terapeuta, enganando fiéis que buscavam apoio emocional e espiritual.
Agravantes Reconhecidas
Violação do dever religioso
A condição de sacerdote agravou ainda mais os crimes, visto que ele usava a fé como escudo para seus atos.
Quebra da confiança comunitária
A comunidade religiosa de Cascavel vive um momento de choque e descrença, diante das acusações.
Atuação da Polícia Civil e do Nucria
Declarações da delegada Thaís Zanatta
A delegada afirmou: “Foram identificadas dez vítimas, dentre elas, a menor na época contava com apenas 12 anos”.
Encaminhamento ao Judiciário
O inquérito foi concluído e segue agora para análise do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Possíveis Penas e Consequências Jurídicas
Penas que podem ultrapassar 150 anos
A soma das penas aplicáveis pode chegar a mais de 150 anos de prisão.
Etapas do processo judicial
O processo segue em tramitação, e a decisão judicial deve definir o futuro do religioso.
Posição da Defesa
Alegações e estratégias
A defesa do padre afirma que pretende apresentar provas para contestar o indiciamento.
Expectativas em relação ao MP
Os advogados aguardam manifestação do Ministério Público para definir os próximos passos.
A Reação da Arquidiocese
Processo canônico em andamento
A Arquidiocese de Cascavel confirmou que também conduz um processo canônico contra o padre.
Papel do Vaticano na decisão final
O caso será encaminhado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, no Vaticano, instância máxima em julgamentos eclesiásticos.
Impacto na Comunidade de Cascavel
Repercussão entre fiéis
A população local se mostra dividida entre indignação e perplexidade, muitos ainda tentando compreender a gravidade dos fatos.
Abalo na credibilidade da Igreja
Mais um episódio que levanta críticas sobre como a Igreja lida com denúncias de abusos no Brasil.
Questões Sociais e Psicológicas
Trauma das vítimas
As vítimas sofrem impactos psicológicos profundos, necessitando de apoio especializado.
Necessidade de apoio e políticas de proteção
O caso reforça a importância de políticas públicas de combate à violência sexual e maior fiscalização sobre líderes religiosos.
Casos Semelhantes no Brasil
Escândalos envolvendo líderes religiosos
Não é a primeira vez que líderes religiosos no Brasil enfrentam acusações semelhantes, expondo uma falha sistêmica.
Comparação com casos internacionais
Casos semelhantes já foram amplamente noticiados em países como EUA, Chile e Irlanda.
Conclusão
O indiciamento do padre Genivaldo de Oliveira em Cascavel expõe não apenas crimes gravíssimos, mas também um alerta sobre os perigos do abuso de poder em ambientes religiosos. A fé, que deveria ser espaço de acolhimento, foi usada como ferramenta de manipulação. Agora, resta à Justiça e à Igreja responderem de forma firme e transparente, garantindo reparação às vítimas e prevenindo novos casos.
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