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O futebol brasileiro atual, jogado sob a sombra dos sete a um e atormentado pelo vexaminoso seis a zero do último Sul-americano Sub 20, que por soberba gringa e muita incompetência chilena, vencemos e ainda conquistamos o bicampeonato, surfa ondas gigantes no mar das SAF’s e dos mecenas, dos contratos e negociações bilionários. Johnnie Enzo, promissor lateral esquerdo do Trampaguaçu Futebol S/A, com vinte e três minutos jogados nos últimos doze meses, será cedido para um time da Série A, numa parceria tão clara quanto as águas do Tietê e depois será vendido para uma equipe russa ou turca, de meio de tabela no campeonato local, por quinquentos quaquilhões de moedas. Na reportagem será especificado o rateio dos direitos econômicos e esportivos do futuro astro. Quinze por cento para o Clube de origem, vinte e cinco por cento para o Clube que o colocou na vitrine, mais 15% para o empresário e o restante para o Clube comprador. Valores finais somente serão confirmados se a joia alcançar determinadas metas, como participar de mais de tantos jogos, marcar mais de tantos gols etc. Etc. Etc. A cada mil que saem assim, um ou dois se destacam de verdade, mas o sucesso nos negócios garante uma classe de empresários e dirigentes muito felizes e ricos. Enquanto isso a Polícia tenta enfrentar a imbecilidade humana, semanalmente exposta nas brigas, nas tocais, nas monstruosidades desses animais que usam a paixão e as cores de nossos Clubes, para extravasarem seus complexos, recalques e ignorância. O poder público finge que faz alguma coisa e se preocupa, as Federações só usam essas ocorrências para multar e pressionar um pouco mais os Clubes. A cada semana mais sangue, depredações, vandalismos e cenas horríveis. Com todo esse quadro o Menino Que Cai, reclama e faz comerciais, grande ídolo das gerações que não pisam num campinho de terra esburacado e que não assistiram o toque de bola dos brasileiros em 82 ou a forma envolvente, falsamente lenta, mas letal do time de 70, jogarem. Solta um traque nas redes sociais contra os gramados sintéticos, post imediatamente compartilhado por um bando de ovelhinhas, muitos daqueles que imitam o jeito de bater pênalti com saltinho, os penteados, que também imitaram a gola da camisa erguida. Tudo muito relevante para o esporte. Estes mesmos se acostumaram, aqueles que chegaram lá, voltar mais cedo das Copas e Torneios entre Seleções.  Os mesmo que não abrem a boca para falar de CBF, Federações, convocações ou sobre os terríveis gramados naturais que vemos pôr aí. Sou fanático por futebol e tenho muita fé, esses aí vão passar e algo surpreendente acontecerá para termos nosso futebol de volta. Ahhh, o Trampaguaçu Futebol S/A, após sua fantástica e milionária negociação, anunciou por meio de seu Relações Públicas, Ednaldo Marin Teixeira da Silva, vulgo Edzão, durante um Torneio de Truco no Bar dos Amigos, que o Clube fechará as portas temporariamente por problemas financeiros.