A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) ficou 22% mais "barata" para os moradores da cidade ao longo de uma década, comparando as duas últimas pesquisas Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os dados financeiros do Legislativo. Em valores atualizados, no ano de 2010 o custo per capita da CMC era de R$ 103 por curitibano, enquanto em 2022 foi de R$ 80,28. De 2010 a 2022, a inflação medida pelo IPCA atingiu 102,57%, a tarifa de ônibus foi de R$ 2,20 para R$ 5,50 e o preço do arroz triplicou. Então como a Câmara de Curitiba ficou mais econômica? Três fatos explicam.
Abdicando dos "4,5%", Legislativo iniciou ciclo poupador em 2012
O orçamento da Câmara de Curitiba segue uma regra definida na Constituição Federal, que diz que o Legislativo tem direito a 4,5% de um conjunto de receitas da Prefeitura de Curitiba - não é 4,5% de tudo, mas de uma parte. Até o ano de 2011, a CMC exigia que o Executivo enviasse tudo a que tinha direito para os cofres do Legislativo e, se economizasse, no fim do ano a Câmara devolvia as sobras para a cidade. Isso começou a mudar em 2012, quando a gestão da CMC decidiu requisitar 4,47%.
Daquele ano de 2012 em diante, que acabou com João do Suco na direção da CMC, todos os presidentes seguintes reduziram o percentual: Paulo Salamuni baixou para 4,19%, Aílton Araújo para 3,68%, Serginho do Posto para 3,61%, Sabino Picolo para 3,23%, Tico Kuzma atingiu 2,64% e Marcelo Fachinello sustentou o novo patamar, com 2,86%. Ao adotarem esse procedimento, eles renunciaram a recursos, poupando dinheiro público, que pôde ser usado pela Prefeitura de Curitiba em obras e custeio da Saúde e da Educação, por exemplo.
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