Uma tragédia abalou a cidade de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, nesta segunda-feira (6). Marilza Ribeiro Sauer, de 55 anos, foi brutalmente assassinada a facadas pelo próprio marido, um idoso de 70 anos. O crime, que aconteceu após ele ter flagrado conversas da esposa com outro homem no celular, reacende o debate sobre violência doméstica e feminicídio — problemas que continuam a devastar famílias em todo o país.
O Caso Marilza Ribeiro Sauer
Marilza era uma mulher conhecida e querida na comunidade do Parque Ouro Verde, no bairro Porto Meira. Segundo vizinhos, o casal vivia junto há décadas, mas enfrentava constantes discussões nos últimos meses. A tragédia ocorreu na Rua Quartzo, onde o corpo da vítima foi encontrado em frente à residência, cercado por familiares e vizinhos em desespero.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o idoso desferiu quatro golpes de faca — dois no tórax e dois no abdômen. Mesmo com a chegada rápida dos socorristas do Siate, Marilza não resistiu aos ferimentos e morreu durante o procedimento cirúrgico no hospital.
Linha do Tempo do Crime
O crime aconteceu no início da manhã. Testemunhas relataram ter ouvido gritos e pedidos de socorro. Em poucos minutos, equipes do Siate e da PM chegaram ao local e encontraram a mulher agonizando no chão.
A cena era de completo desespero. Os socorristas tentaram reanimar a vítima, que ainda apresentava sinais vitais, mas as perfurações profundas causaram hemorragia intensa.
O Suspeito: Um Idoso de 70 Anos
O autor do crime, identificado apenas como o marido de Marilza, foi detido ainda no local. Em depoimento, ele confessou o homicídio, alegando ter agido por “forte emoção” e ciúmes. O homem contou que viu mensagens trocadas entre a esposa e outro homem, o que teria “despertado sua fúria”.
A faca usada no crime foi encontrada lavada, o que indica tentativa de ocultação de provas. Ele foi encaminhado à Delegacia da Mulher de Foz do Iguaçu, onde responderá por feminicídio qualificado.
O Papel do Ciúme e da Violência Doméstica
Crimes motivados por ciúme são uma das faces mais cruéis da violência doméstica. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é morta a cada seis horas no Brasil em crimes de feminicídio — muitos deles cometidos por parceiros ou ex-companheiros.
O caso de Marilza é mais um alerta para o perigo de relacionamentos marcados pelo controle, possessividade e agressividade emocional.
Foz do Iguaçu e a Dor da Comunidade
A notícia se espalhou rapidamente pelas redes sociais e chocou moradores de toda a cidade. Vizinhos descreveram Marilza como uma mulher tranquila, trabalhadora e dedicada à família. “Eles pareciam um casal normal. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer”, disse uma vizinha emocionada.
A comoção foi tanta que moradores planejam uma vigília em homenagem à vítima, cobrando mais atenção das autoridades para casos de violência doméstica.
A Ação da Polícia Militar e do Siate
A resposta rápida das forças de segurança foi essencial para a prisão do suspeito. O homem foi detido em flagrante, ainda confuso e com as roupas manchadas de sangue.
A arma do crime — uma faca de cozinha — foi apreendida e encaminhada para perícia. A Polícia Civil agora trabalha na investigação detalhada do caso.
Feminicídio: Um Crime que Choca e Persiste
O feminicídio é um tipo de homicídio motivado pelo fato de a vítima ser mulher, geralmente cometido em contextos de violência de gênero. Desde 2015, a lei brasileira reconhece o feminicídio como crime hediondo, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.
Infelizmente, o Paraná figura entre os estados com maior número de casos. Em 2024, foram registrados mais de 150 feminicídios, segundo dados oficiais.
O Impacto na Família e na Sociedade
A morte de Marilza deixa um vazio devastador. Familiares relataram à imprensa que o casal tinha filhos e netos, que agora enfrentam uma dor irreparável.
Além da perda pessoal, esse tipo de tragédia reforça o quanto ainda é necessário falar, educar e agir para combater o machismo estrutural e a violência doméstica.
As Consequências Legais
De acordo com o Código Penal Brasileiro (artigo 121, §2º-A), o feminicídio é punido com reclusão de 12 a 30 anos.
A confissão do agressor não elimina a gravidade do crime. Ele permanecerá preso preventivamente até o julgamento, podendo ainda responder por agravantes, como motivo torpe e meio cruel.
Como Evitar Novas Tragédias
Casos como este podem ser evitados com denúncias precoces e acolhimento adequado.
Mulheres em situação de risco podem buscar ajuda através dos canais:
📞 180 – Central de Atendimento à Mulher
📞 190 – Polícia Militar
🏠 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM)
Além disso, é fundamental que vizinhos, amigos e familiares não se calem diante de sinais de agressão.
Reações nas Redes e Clamor Popular
A tragédia viralizou nas redes, gerando revolta e pedidos de justiça. A hashtag #JustiçaPorMarilza ganhou força localmente.
Influenciadores e coletivos de mulheres de Foz do Iguaçu se manifestaram, cobrando mais políticas de prevenção e apoio psicológico para famílias em vulnerabilidade.
Análise Psicológica do Caso
Relacionamentos de longa duração podem acumular ressentimentos e dependências emocionais. Especialistas explicam que o ciúme excessivo é um sintoma de insegurança e controle, não de amor.
Quando o diálogo desaparece, o relacionamento se torna um campo minado — e o desfecho, muitas vezes, é trágico.
A morte de Marilza Ribeiro Sauer não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ela representa a urgência de repensarmos a forma como lidamos com o respeito, o amor e os limites dentro das relações.
Falar sobre feminicídio é salvar vidas. Que a dor de hoje se transforme em luta por um amanhã mais seguro para todas as mulheres.
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