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Testemunhas confirmam que militar gay do Exército sofreu espancamentos, ofensas e tortura psicológica

Por ser assumido Gay: "Era um homem forte, mas ficava mole de tanto apanhar"

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Por Portal Paraná Urgente
Testemunhas confirmam que militar gay do Exército sofreu espancamentos, ofensas e tortura psicológica
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Fernando Figueiredo e Laci de Araújo, primeiro casal assumidamente gay no Exército Brasileiro, alegam perseguição política e homofóbica

O casal de ex-sargentos do Exército, Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo, encontrou vídeos de testemunhas que confirmam as violências que Laci sofreu quando era militar principalmente pelo fato de ser gay assumido. As informações foram relevadas pelo Metrópoles nesta segunda-feira, 17 de fevereiro. 

Os vídeos compunham um inquérito da Polícia Federal que investigava denúncia de crimes de tortura nas dependências da instituição militar, mas estavam esquecidos devido à tentativa de arquivamento em razão do tempo dos acontecimentos (2006).

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No material, militares confirmam que Laci sofreu espancamentos, ofensas e tortura psicológica, inclusive com o uso de escorpiões, devido à sua orientação sexual.

“Eles [militares] entravam na cela. Aquele tanto de soldado encapuzado baixava a porrada de um jeito que a gente não conseguia levantar para comer durante dois, três dias. […] Ele [Laci] sofreu porque era homossexual. Ele era um homem forte, mas ficava mole de tanto apanhar. Torturaram bastante, enquanto o chamavam de gay. Foram desumanos com ele, tanto que virou história entre os outros presos. [Militares] usavam ele de exemplo para quem estava ali [encarcerado]”.

O depoente disse na oitiva registrada pela Polícia Federal em 2022 que os militares incitavam os demais a ficarem contra a vítima e a agredirem também.

“Ele [Laci] foi muito maltratado. E a gente [os outros presos] estranhava ainda mais [a situação], porque [a vítima] era um sargento. Tempos depois, chegou um tenente que atirou na mulher em um condomínio, em Sobradinho, e o cara era bem tratado”.

Devido à gravidade das declarações, Fernando Figueiredo, hoje advogado criminalista, entrou com mandado de segurança na Justiça e conseguiu impedir a finalização da apuração dos crimes contra o companheiro. 

Perseguições teriam começado após denúncia de suposta corrupção

Antes da tortura, o casal de ex-sargentos delatou suposto desvio de verba por oficiais graduados, entrando em choque direto com a cúpula militar.

Como represália, Fernando teria sido ameaçado e transferido para a Região Sul, enquanto Laci foi mandado para Osasco (SP). Na reportagem do Metrópoles há a gravação de um general tramando a separação do casal. 

Por não ter comparecido à cidade paulista, o então sargento foi acusado de deserção e preso e então teria começado o processo de tortura.

Diante das evidências de que a perseguição lhe causou transtornos psicológicos, Laci foi transferido para a reserva com direito a receber parte do salário. Atualmente, ele cobra na Justiça o pagamento integral da verba.

O caso também foi levado à OEA (Organização dos Estados Americanos) pela ONG Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) após o processo que corria no STM (Superior Tribunal Militar) ser finalizado.

Leia mais detalhes do caso no Metrópoles

FONTE/CRÉDITOS: Redação - Metrópoles
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