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Quinta-feira, 28 de Marco de 2024
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Príncipe Charles substitui rainha Elizabeth II em discurso do trono pela primeira vez na história

Monarca, de 96 anos, costuma abrir a sessão parlamentar com a leitura do programa legislativo elaborado pelo governo para os próximos 12 meses.

Camila Sanches Silva
Por Camila Sanches Silva
Príncipe Charles substitui rainha Elizabeth II em discurso do trono pela primeira vez na história
AFP
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Elizabeth II foi substituída nesta terça-feira (10) pelo príncipe Charles no altamente simbólico "discurso do trono", um momento histórico no que se considera a transição progressiva de uma rainha idosa determinada a não abdicar em favor do herdeiro.

A monarca, de 96 anos, costuma abrir a sessão parlamentar com a leitura do programa legislativo elaborado pelo governo para os próximos 12 meses.

Durante as sete décadas de reinado, ela faltou ao evento em apenas duas ocasiões: em 1959 e 1963, quando estava grávida dos príncipes Andrew e Edward respectivamente.

Mas devido a "problemas episódicos de mobilidade e, depois de consultar os médicos, ela decidiu, de modo relutante", não comparecer nesta ocasião vez, pela primeira vez em 59 anos, explicou a Casa Real.

Charles, 73 anos, que cada vez substitui mais sua mãe em eventos oficiais, não chegou de carruagem, e sim em um Rolls-Royce oficial com teto transparente, acompanhado pela esposa Camilla.

Ele não vestiu a tradicional capa de armino, optando por um uniforme militar com várias condecorações, nem a pesada coroa ornada com pedras preciosas que presidiu a sessão sobre uma almofada diante do espaço vazio deixado pelo trono ausente da soberana.

O príncipe de Gales se sentou ao lado, em um trono menor que já havia ocupado em outras ocasiões ao lado de sua mãe. Acompanhado por Camilla e pelo filho mais velho, William, 39 anos, o número dois na linha de sucessão, leu o discurso com a mesma voz monótona, solene e aplicada da rainha, diante dos deputados e dos lordes reunidos na Câmara Alta do Parlamento.

Toda a pompa, que incluiu a chegada da coroa e dos centros em uma procissão real, as fanfarras e os arautos em seus pesados trajes cerimoniais, mostra que "a rainha ainda está no comando", destacou o jornal Daily Mail.

"Mas não se enganem, este é um momento histórico para a coroa", completou o jornal.

A saúde de Elizabeth II é motivo de preocupação desde que os médicos ordenaram que ficasse de repouso em outubro. Além disso, a monarca passou uma noite hospitalizada para ser submetida a "exames" médicos que nunca foram explicados.

Desde então, a rainha cancelou a participação em grandes eventos e foi observada caminhando, com dificuldades, com o auxílio de uma bengala.

Mas, durante um discurso histórico de rádio em seu aniversário de 21 anos, durante uma viagem à África do Sul com sua família, em 21 de abril de 1947, a então princesa Elizabeth prometeu dedicar toda a vida a servir seu povo. E todos a consideram determinada a não abdicar, apesar dos problemas de saúde cada vez mais intensos.

Especialmente este ano, que de 2 a 5 de junho terá quatro dias de grandes festas para celebrar o "jubileu de platina", os 70 anos de Elizabeth II no trono, um recorde para qualquer monarca da Grã-Bretanha.


Programa legislativo de Johnson
 
O discurso durou menos de nove minutos. Charles detalhou a agenda legislativa elaborada pelo governo do primeiro-ministro conservador Boris Johnson, que busca reconquistar o apoio dos britânicos para os próximos dois anos, até as eleições legislativas, quando aspira a reeleição.

O controverso chefe de Governo enfrenta ameaças a sua permanência no poder devido à indignação provocada pelo chamado "partygate", o escândalo das festas ilegais organizadas em Downing Street durante os confinamentos contra a pandemia de covid-19.

Além disso, o Partido Conservador sofreu uma dura derrota na semana passada, quando perdeu o controle de vários conselhos municipais e quase 500 representantes nas eleições locais, incluindo cadeiras em redutos londrinos importantes como Westminster.

Os eleitores expressaram preocupação com a crise do custo de vida, com uma inflação fora de controle que deve superar 10% este ano.

Mais de sete milhões de adultos e 2,6 milhões de crianças, em um país de 66 milhões de habitantes, viviam em abril em uma residência sem alimentos suficientes, de acordo com um estudo publicado na segunda-feira pela Food Foundation, um aumento de 57% desde janeiro.

Neste contexto, o governo tentará "ajudar a aliviar o custo de vida, reduzir as desigualdades, apoiar o Banco da Inglaterra no esforço para devolver a inflação a sua meta", leu Charles.

Entre os 38 projetos de nova legislação também aparecem medidas a favor da transição energética e mudanças para "aproveitar as oportunidades" oferecidas pelo Brexit, como novas regras de concorrência e o controle da imigração.
FONTE/CRÉDITOS: Jornal O Dia
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